As sementeiras de milho iniciam-se no final do Inverno, alongando-se por toda a Primavera, quase sempre em solo fracamente provido de cobertura, que esteve submetido, durante um largo período, à acção dos agentes climáticos, nomeadamente chuva.

Como cultura regada, e dada a inevitabilidade do trânsito de máquinas durante o ciclo cultural, há alguns riscos de degradação da estrutura do solo.
Por se tratar de uma cultura em linhas, aumentam ainda os riscos de escorrimento e de deterioração da estrutura do solo, por acção da água, quer da chuva, quer da rega, mesmo nas fases do ciclo em que a vegetação já é abundante.
Os inconvenientes acima enunciados aumentam com a frequência com que a cultura entra na rotação e assumem uma importância acrescida quando o milho é feito em monocultura.
Acresce ainda que o milho é uma planta particularmente sensível aos defeitos da estrutura do solo (zonas compactadas, etc.), nomeadamente no período de crescimento das raízes. Assim, um enraizamento limitado em profundidade e densidade conduzirá a uma reduzida acessibilidade das plantas à água e aos nutrientes. É, portanto, indispensável preservar o solo na sua fertilidade e limitar ao máximo os riscos de perdas de água e nutrientes por escoamento superficial e subterrâneo, factor passível de contaminação das águas:

· lutando contra a erosão nos solos mais frágeis;
· mantendo, tanto quanto possível, os teores de matéria orgânica;
· assegurar um bom arejamento do solo, que promova bons níveis de actividade biológica.

As técnicas de sementeira directa ou de mobilização na zona têm tido nos últimos anos um desenvolvimento significativo na cultura do milho, em Portugal e a nível mundial tendo-se obtido resultados bastante interessantes que importa avaliar e acompanhar. 

2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:

· Em solos declivosos, e no caso das parcelas o permitirem, lavrar e semear seguindo a orientação das curvas de nível, de forma a lutar contra a erosão;
· Em solos arenosos, podem retardar-se o mais possível as lavouras, pois a vegetação espontânea, à superfície, reduz significativamente a erosão;
· Praticar mobilizações profundas sem reviramento da leiva, quando necessário, tendo em vista a destruição de zonas compactadas no perfil cultural;
· Limitar as passagens de máquinas em solos pesados, ou, não sendo possível, precaver os seus efeitos utilizando equipamento adequado (duplo rodado no tractor, por exemplo);
· Encurtar o período que medeia entre a preparação final do solo e a sementeira, para obviar a perdas de humidade, na cama de sementeira;
· Enquadrar a sementeira com a evolução da temperatura do solo, semeando o mais cedo possível. 

3. PRÁTICAS A EVITAR:

· Evitar intervir no solo quando o teor de humidade é propício a fenómenos de compactação;
· Evitar cair na tentação de esmiuçar excessivamente a camada superficial, em solos de reduzida estabilidade estrutural. O risco de formação de crosta superficial existe e as emergências podem tornar-se deficientes.